Humanos
da Idade da Pedra já tratavam seus cachorros feito gente
A trajetória evolutiva dos cachorros é mais ou
menos bem resolvida: os antepassados dos lobos começaram a andar por perto de
onde viviam os homens nômades, para se alimentar com facilidade dos restos que
deixávamos para trás. Os que eram menos medrosos se aproximavam mais, comiam
melhor, viviam melhor e deixavam mais descendentes. Ao longo de 13 mil anos,
nós domesticamos os bichos, trocando segurança e comida por… Pelo quê mesmo?
A versão oficial dessa história afirma que, para os seres
humanos de 14 mil anos atrás, os cães eram uma ferramenta importantíssima:
percebem sinais que passam batido pelos nossos sentidos, protegendo os bandos
humanos e auxiliando a caça.
Ainda segundo essa narrativa, a “função” do cachorro teria
sido deformada pela modernidade aos poucos. Com a nossa mania atual de
humanizar tudo, o bichos teriam ganhado roupa, creche, participação nas fotos
de família, em resumo, um investimento emocional (e muitas vezes financeiro)
altíssimo.
Uma nova descoberta vem mudar essa história – e
argumentar que, em vez de uma ferramenta, os bichos já eram tratados como
filhos e cuidados carinhosa e intensamente pelos humanos desde o início da
domesticação, há 14 mil anos.
Uma tumba do Paleolítico descoberta há mais de um século em
Bonn, na Alemanha, continha um par de humanos e um par de cães enterrados
juntos. Isso a gente já sabia – e era bonitinho e quem sabe simbólico que eles
tenham dividido a “morada final” com os pets. Mas só isso não explica muita
coisa.
A novidade é que foi possível extrair e analisar um dente
do cadáver do cachorro mais novinho, com a idade estimada em 7 meses. E a forma
como ele morreu diz muito sobre a relação humano-cão da Idade da Pedra.
Isso porque, segundo as evidências biológicas encontradas
no dente, aquele cão tinha um caso gravíssimo de cinomose. A exposição ao vírus
é extremamente comum entre cachorros até hoje, mas as versões agressivas da
doença atacam o organismo muito rapidamente e têm poucas chances de cura.
O filhote da Idade da Pedra teria contraído a doença com 3
ou 4 meses de idade – e em casos graves assim, a doença pode matar menos de 3
semanas.
A cinomose costuma progredir em três fases: na primeira
semana, o cachorro tem febre alta, vômito e diarreia, não come, fica letárgico.
Na segunda fase, chega a congestão nasal e, com o sistema imunológico
debilitado, muitos cachorros desenvolvem pneumonia. É nessa fase que 90% dos
animais morre. Na terceira e última etapa, a doença começa a causar convulsões.
Como sabemos pelas provas arqueológicas, o cão só morreu 4
meses depois de pegar cinomose. Ou seja: viveu cinco vezes mais do que seria
esperado para o quadro.
Segundo os pesquisadores que fizeram a análise do dente, a
única explicação possível para uma sobrevida desse tamanho seriam cuidados
intensivos dos donos, que envolveriam não só limpar diarreia e vômito, mas dar
comida e água na boca (para um cão com diarréia) e manter o animal
suficientemente aquecido (ainda que ele pudesse vomitar a qualquer momento).
São os mesmos cuidados que exige um bebê doente – e não são
tão estranhos para a nossa relação moderna com os peludos. Mas, se a relação
entre humanos e cães tivesse começado tão pragmática quanto dizem, e o valor
dos bichos estivesse associado exclusivamente à sua capacidade de guardar e
caçar, simplesmente não faria sentido desperdiçar os escassos recursos da Idade
da Pedra em um bicho doente.
“Enquanto estava doente, o cachorro não teria nenhum uso
prático como animal de trabalho. Isso, somado ao fato de que ele foi enterrado
com seus supostos donos, sugere que existia uma relação de cuidado especial
entre humanos e cães há, pelos menos 14 mil anos”, resumem os autores
da pesquisa.
Não temos como saber se essa era a regra, ou se esses donos
eram especialmente apegados ao seu cachorro e o resto dos humanos, não. Se
esse for o caso, será que a discussão “Pais de pet são pais?” começou há 140
séculos?,
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